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sábado, setembro 03, 2005

UM FURACÃO JORNALÍSTICO

Na ronda diária dos blogs amigos, fui direto checar o da Débora e o da Megui, pois ambas estão morando nos Estados Unidos e, por coincidência, desde que o furacão Katrina passou a freqüentar as headlines de lá e as manchetes daqui, não tive mais notícia de nenhuma destas duas respeitáveis e importantes cidadãs. Tanx God, minhas amigas estão belas, formosas e com saúde, longe das áreas atingidas pela catástrofe natural.

Todo este nariz de cera para dizer que a Mégui comentou sobre uma notícia ouvida pelo seu cara-metade - o boa praça Dan - no rádio lá nos Estados Unidos. "O motivo da Guarda Nacional de Louisiana não ter ajudado os desabrigados foi que eles foram mandados pro Iraque há pouco tempo. Pois é, muito bem. Lógico que isso a imprensa não divulga. Não é ótimo? A cidade num caos e os soldados no Iraque". No entanto, a imprensa está lá trabalhando, tentando divulgar ao máximo as proporções das perdas, apesar de, pelo visto, não mostrar as partes sujas e vergonhosas deste episódio. Matéria do jornal Washigton Post, que pode ser lida na íntegra aqui, relata que, de modo irônico e lamentável, quem mais precisa das notícias - as próprias vítimas - não têm acesso à elas.

Os colegas lá têm trabalhado em redações demolidas, com as condições de transmissão do material apurado, fotografado ou filmado mais precárias possíveis. Não há como imprimir e distribuir jornais, por motivos óbvios. O que os jornalistas têm feito é disponibilizar apenas as edições online dos respectivos jornais ou divulgado por e-mails pessoais as notícias.

Como desgraça pouca sempre é bobagem, há mais. De acordo com o Editor & Publisher, um jornal que cobre a mídia dos Estados Unidos, equivalente no Brasil à revista Imprensa, os jornalistas que estão cobrindo o desolamento e a destruição de New Orleans temem por suas vidas. Muitos já tiveram os equipamentos roubados por saqueadores, outros fazem relatos do desespero que toma conta da população abandonada e sem qualquer tipo de controle civil ou militar. O texto, cujo original está aqui, relata que muitos colegas querem sair de lá o quanto antes. Claro, quando não existe ordem, não há Lei, quando o Estado não se faz presente, todo aquele que tiver qualquer similaridade com estas figuras - no caso, a imprensa - se transforma em alvo do ódio e da indignação da população.

[Ouvindo: The Gathering - Fear The Sea - Álbum (finalmente lançado no Brasil): Mandylion]

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