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segunda-feira, fevereiro 14, 2005

PONDO A MÃO EM CUMBUCA

O presidente Lula vem se esforçando em transformar o Brasil numa liderança do Terceiro Mundo. Bonito isso. Querer elevar "nossa" voz entre as grandes potências econômicas não deixa de ter vantagens. Prefiro acreditar que sejam para o povo brasileiro. Mas, até que ponto é interesse nosso se aliar com um ditador como Hugo Chávez? Vou parafrasear o amigo Mutley que, dia destes, largou uma pérola do tipo "inimido do meu inimigo é amigo meu", numa alusão às pendências entre o governo venezuelano e o insuportável George W. Bush.

Matéria de hoje da Folha de S.Paulo, apurada e redigida pela colega Julia Duailibi, traz alguns dados que merecem ser questionados. De acordo com o texto da enviada especial para cobrir a visita que Lula fez ao país sul-americano, dá conta que entre vários acertos bilaterais entre as duas nações, há um "amplo acordo na área de defesa que contempla venda inicial de quase US$ 500 milhões (R$ 1,310 bilhão) em aeronaves e a transferência de tecnologia para criação de uma indústria aeronáutica venezuelana".

Segue o texto: "O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o colega venezuelano Hugo Chávez firmam hoje um acordo entre os dois países no setor aeronáutico e aeroespacial. O acordo comercial deve resultar na aquisição pela Venezuela de 12 caças de treinamento de combate, os AMX-T, e 24 Super Tucano, ambos produzidos pela Embraer. Como contrapartida, a Venezuela quer dos brasileiros uma transferência de tecnologia que permita a montagem de aviões no país e, principalmente, viabilize a criação de uma indústria aeronáutica, que seria inicialmente voltada à construção de aviões agrícolas.
A compra de equipamentos militares para a Força Aérea Venezuelana abriu mais um capítulo da polêmica relação entre Chávez e os Estados Unidos. O presidente venezuelano acusa os norte-americanos de tentarem impedir a compra de equipamentos militares russos e brasileiros -em 85, o país comprou 31 aviões Tucano. Do lado brasileiro, cuja diplomacia vê Caracas com bons olhos, a venda dos aviões faz parte da estratégia do presidente Lula de aproximação e integração com os países sul-americanos".

Posso estar enganado, mas ajudar a criar uma indústria que pode gerar a força aérea de um país comandado por um cidadão que já deu claros sinais de que adoraria ser o novo tiranete de plantão não é assim algo tão inteligente. No telejornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, ouvi dizer que o exército do Brasil ainda teria a incubência de treinar militares venezuelanos na Amazônia. Até que ponto isso pode ajudar o Brasil? Sim, a Venezuela não parece ter condições de ousar um ataque - em qualquer nível - ao território brasileiro. Mas que o Cháves é doidão o suficiente para ter lá seus arroubos de "eu posso, eu faço, eu aconteço", ah, isso tem.



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