domingo, dezembro 26, 2004
OSSOS DO OFÍCIO
Vida de jornalista é complicada. O salário é uma miséria, a infra-estrutura para se trabalhar normalmente é lamentável e feriado sim, feriado não, a gente precisa estar na lida, longe da família e do descanso, como qualquer mortal normal.
Hoje, finalmente, acabou o plantão de Natal, no qual marquei presença junto com alguns colegas. E, como não poderia deixar de ser, entrei na roubada. Ao apagar das luzes, quando fazia a última ronda telefônica junto às polícias (civil, miliar, rodoviária estadual e rodoviária federal), eis que surge uma pauta. E depois de uma tarde de marasmo completo, onde nada de relevante aconteceu. Não é que caiu (ou foi jogada, ninguém sabe até agora) uma mulher do alto de um edifício no Centro da capital de todos os catarinenses? Aí foi aquela correria para apurar a história, pois ainda havia tempo hábil para atualizar a edição de amanhã de A Notícia.
Ninguém na polícia sabia, muito menos no Corpo de Bombeiros. No Hospital Celso Ramos, para onde a vítima foi levada, só havia a confirmação da morte dela. Resultado, o expediente se prolongou até às 21 horas e ficamos sem a confirmação do nome e a idade da pessoa. Ontem, eu escapei de roubada semelhante. Os azarados do dia foram os colegas Alexandre Lenzi e Cris Fontinhal, que precisaram sair às pressas para cobrir um incêndio, também no Centro de Florianópolis (por sinal, foi o terceiro em uma semana).
Bom lembrar que na sexta-feira, o Lenzi, a Lúcia Helena e os editores também extrapolaram o horário por causa do julgamento do Dário Berger. Eu também entrei na dança e fui cobrir uma reunião de Colegiado, onde o governardor Luiz Henrique da Silveira confirmou que a Santur (o orgão do governo responsável pelo turismo) será privatizada. Nos três dias, as pautas-chave só aconteceram depois do horário. Um espetáculo, não?
Tomara que a turma do próximo plantão, a partir de quarta-feira, tenha mais sorte.
[Ouvindo: Las Cruces - Black Waters - Álbum: Ringmaster]