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sábado, setembro 11, 2004

AQUI E AGORA

Ontem vivi um dia de repórter do Aqui e Agora, aquele jornal do SBT onde a violência era a pauta do dia, todo dia.
Depois de um tiroteio aqui na região do jornal, nno centro de Florianópolis, saímos atrás da polícia para acompanhar a ação. PMs armados para todo lado, metralhadoras, capacetes, máscaras, coletes a prova de bala, helicóptero. E o carro do jornal na cola dos caras. Subimos e cruzamos o Morro da Cruz, passando por comunidades pobres, abandonadas mesmo. E nada de alguém ser preso.

No ar, o clima de medo, pois estávamos praticamente inclusos no comboio policial. Quando chegamos no Morro do Horácio, na face leste do morro, o trânsito parou. Aí que lembrei do Aqui e Agora. Me veio à memória a imagem se movendo com o andar correndo do câmera e os PMs de um lado para o outro, abaixados no meio das favelas. Claro, em Floripa ainda não é favela no estilo das que o SBT retratava. Mas a qualquer momento parecia que iria começar a festa. Não rolou. Mesmo assim, a adrenalina era altíssima.

Desde minha passagem pela Folha de S.Paulo, em Ribeirão Preto, que eu não cobria uma pauta assim. Lembro de uma vez, no bairro Monte Alegre, zona barra pesadíssima da cidade, onde eu estava entrevistando uma testemunha. Estávamos na maior quebrada, num beco daqueles tipo de filme. O cara morrendo de medo, mas contando o que viu. Nem era nada muito sério. Atrás de nós, um tapume, de onde surgiu alguém ameaçando o cara de morte. "Vai morrer, dedo-duro" , dizia o cidadão.

Nem poderia ser diferente. Foi repórter para um lado, fotógrafo para outro e a testemunha... sei lá.
Como diz um colega, "e tudo isso por novecentos reais no final do mês" .

Quem mandou não estudar?

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