terça-feira, março 23, 2004
A MATÉRIA DO ANO
Finalmente, depois de muita busca, consegui um exemplar da última edição da revista CartaCapital. Com uma matéria de capa sensacional, a revista - a melhor semanal do Brasil, disparado - esgotou em praticamente todas as bancas. Ouvi dizer que precisaram rodar uma nova tiragem para atender a demanda.
O polêmico material é o resultado de uma série de entrevistas que o colega Bob Fernandes fez com Carlos Alberto Costa, cidadão norte-americano nascido em Portugal, que chefiou o FBI no Brasil durante quatro anos (três no governo FHC e mais dez meses no governo FHC 2 - A Missão (o tal governo Lula).
Ainda não acabei de ler mas garanto que vale o investimento. É estarrecedor. O cara conta detalhes impressionantes de como o governo americano teria comprado - sim, o verbo é comprar - a Polícia Federal brasileira. Entre várias denúncias de igual porte, uma diz respeito à minha profissão e reproduzo aqui:
CartaCapital: Antes de entrarmos no específico, na rotina, no dia-a-dia da embaixada, quais são as funções dos serviços secretos?
Carlos Alberto Costa: Digo logo: uma das importantes funções que temos na embaixada é manipular a imprensa brasileira.
CC: O quê? Explica isso aí.
CAC: Manipular, conduzir, controlar a imprensa brasileira no que nos interessa.
CC: Ah, é? Manipular?
CAC: A isso chamamos "influenciar".
CC: Por favor, detalhe esse "influenciar". Dê exemplos.
CAC: Sem nomes. Começa, digamos assim, o estabelecimento de boas relações. Detectamos jornalistas que sejam pró-América - evidente que isso em órgãos influentes junto à Opinião Pública - e os convidamos a ir aos Estados Unidos, com todas as despesas pagas. (...). Influenciar é mudar o pensamento contrário aos nossos interesses. A primeira atividade na embaixada é analisar o que a mídia diz ao nosso respeito. CartaCapital, por exemplo, nunca foi vista com bons olhos lá na embaixada, para dizer o mínimo.
E por aí vai a reportagem. Talvez nada disso seja verdade, o cara pode apenas estar querendo armar um circo para ver a palhaçada que vira. Mas, vai saber, hoje em dia, quem duvida deste tipo de coisa não parece estar muito antenado com a realidade. Tudo é possível. Independente disto, aposto que já ganhou o título de "matéria do ano".
O polêmico material é o resultado de uma série de entrevistas que o colega Bob Fernandes fez com Carlos Alberto Costa, cidadão norte-americano nascido em Portugal, que chefiou o FBI no Brasil durante quatro anos (três no governo FHC e mais dez meses no governo FHC 2 - A Missão (o tal governo Lula).
Ainda não acabei de ler mas garanto que vale o investimento. É estarrecedor. O cara conta detalhes impressionantes de como o governo americano teria comprado - sim, o verbo é comprar - a Polícia Federal brasileira. Entre várias denúncias de igual porte, uma diz respeito à minha profissão e reproduzo aqui:
CartaCapital: Antes de entrarmos no específico, na rotina, no dia-a-dia da embaixada, quais são as funções dos serviços secretos?
Carlos Alberto Costa: Digo logo: uma das importantes funções que temos na embaixada é manipular a imprensa brasileira.
CC: O quê? Explica isso aí.
CAC: Manipular, conduzir, controlar a imprensa brasileira no que nos interessa.
CC: Ah, é? Manipular?
CAC: A isso chamamos "influenciar".
CC: Por favor, detalhe esse "influenciar". Dê exemplos.
CAC: Sem nomes. Começa, digamos assim, o estabelecimento de boas relações. Detectamos jornalistas que sejam pró-América - evidente que isso em órgãos influentes junto à Opinião Pública - e os convidamos a ir aos Estados Unidos, com todas as despesas pagas. (...). Influenciar é mudar o pensamento contrário aos nossos interesses. A primeira atividade na embaixada é analisar o que a mídia diz ao nosso respeito. CartaCapital, por exemplo, nunca foi vista com bons olhos lá na embaixada, para dizer o mínimo.
E por aí vai a reportagem. Talvez nada disso seja verdade, o cara pode apenas estar querendo armar um circo para ver a palhaçada que vira. Mas, vai saber, hoje em dia, quem duvida deste tipo de coisa não parece estar muito antenado com a realidade. Tudo é possível. Independente disto, aposto que já ganhou o título de "matéria do ano".
