domingo, março 21, 2004
GRANA PÚBLICA NA PISCINA
Durante toda a semana que passou, o jornal A Notícia, de Joinville, vem denunciando uma esquisita operação para ajudar o nadador brasileiro Eduardo Fischer na briga por uma medalha olímpica. A Folha de S. Paulo explorou hoje a pauta em seu caderno de Esportes. Basicamente, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) anunciou em janeiro que o atleta - especialista no nado peito, quebrou o recorde sul-americano nos 50 m e 100 m por 16 vezes, bronze nos 50 m durante o Mundial de 2002 (piscina de 25 m)bronze nos 100 m peito no último Pan-Americano - teria um contrato mensal de R$ 26 mil em patrocínio.
Sensacional para a realidade do esporte nacional. Porém, 66% da verba será manuseado pela CBDA. É absurdo, mas nem é isso que me importa. O lance é que a grana vem de um acordo com a prefeitura de Joinville e o governo de Santa Catarina. Cada parte terá que desembolsar parcelas de R$ 13.382,50 durante oito meses.
Tudo bem, o cara é bom, merece destaque e apoio. Não conheço o mundo da natação, talvez até ele tenha chances reais de chegar no pódio dos Jogos Olímpicos, na Grécia, agora em agosto. Mas essa grana poderia ser investida tanto por Joinville quanto por Santa Catarina - cujo governador foi prefeito de Joinville - no esporte amador, na natação catarinense. O que a administração poderia fazer era intermediar patrocínios para ele, sei lá, até em troca de incentivos fiscais para empresas instaladas na cidade e no Estado que bancassem a carreira do cara, pelo menos até a Olimpíada. Até que ponto é saudável para o esporte de uma cidade ou estado o pagamento/apoio para um único atleta? Por melhor que ele seja, a verba teria melhor uso se fosse destinada à molecada que não têm chances de treinar em um clube ou escolinha.
Fischer: Presente de Grego
Sensacional para a realidade do esporte nacional. Porém, 66% da verba será manuseado pela CBDA. É absurdo, mas nem é isso que me importa. O lance é que a grana vem de um acordo com a prefeitura de Joinville e o governo de Santa Catarina. Cada parte terá que desembolsar parcelas de R$ 13.382,50 durante oito meses.
Tudo bem, o cara é bom, merece destaque e apoio. Não conheço o mundo da natação, talvez até ele tenha chances reais de chegar no pódio dos Jogos Olímpicos, na Grécia, agora em agosto. Mas essa grana poderia ser investida tanto por Joinville quanto por Santa Catarina - cujo governador foi prefeito de Joinville - no esporte amador, na natação catarinense. O que a administração poderia fazer era intermediar patrocínios para ele, sei lá, até em troca de incentivos fiscais para empresas instaladas na cidade e no Estado que bancassem a carreira do cara, pelo menos até a Olimpíada. Até que ponto é saudável para o esporte de uma cidade ou estado o pagamento/apoio para um único atleta? Por melhor que ele seja, a verba teria melhor uso se fosse destinada à molecada que não têm chances de treinar em um clube ou escolinha.
Fischer: Presente de Grego
