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domingo, fevereiro 29, 2004

NOVOS SANTOS, A MESMA RELIGIÃO

Edição de hoje do jornal Diário de S.Paulo traz na página A11 um debate entre Arlindo Chinaglia e José Aníbal sobre as viagens do preside Luís Inácio Lula da Silva ao exterior. Fica claro, como não poderia deixar de ser, a disparidade entre as respostas, já que ambos representam, respectivamente, o lado a favor e o contrário ao mandante da nação.
Chinaglia é deputado federal pelo PT paulista, enquanto Aníbal é ex-presidente do PSDB, partido derrotado por Lula e o PT nas últimas eleições presidenciais. O primeiro garante que as viagens do folclórico presidente são benéficas e vêm ajudando a melhorar a participação do país no comércio internacional "O Brasil já teve 1% de participação no comércio exterior. Quando o Lula assumiu, era de 0,5%. Caiu para 0,5% em oito anos de Governo Fernando Henrique", acusa o deputado.
Chinaglia disse ainda ao colega Eduardo Reina, em curtíssimo prazo, estas viagens impediram que a Alca "prevalecesse para atender exclusivamente aos interesses dos EUA". Segundo ele, o Brasil hoje é uma voz ouvida no mundo. Em médio prazo, tais viagens podem incrementar a economia nacional e gerar mais empregos, garante Chinaglia. Algo, sem dúvida, extremamente necessário em um país miserável como o nosso, onde os níveis de desemprego e de falta de educação, moradia, saúde, saneamento e alimentação são abusivos.
Sobre as críticas à presença de Lula no exterior tão repetidas vezes, o parlamentar lembra que não existem críticas no meio empresarial ou entre trabalhadores. "Ele cumpre um compromisso de campanha, disse que viajaria como um caixeiro viajante para recuperar o comércio do Brasil".

No outro lado do ringue, José Aníbal acusa o governo de planejar mal as viagens. Como no caso da vista à Venezuela, na semana passada. O ex-comandante do PSDB faz questão de puxar a brasa para sua sardinha, exaltando os passeios de Fernando Henrique quando este estava à frente do governo brasileiro. Com poucos argumentos, fique claro que me baseio na edição do jornal, o cara não consegue provar que a política externa adotada pelo PT é ruim. Fica naquela de dizer que é ruim e ponto final. Posso estar enganado, mas me parece que era a mesma coisa que o atual governo fazia quando estava na oposição. Ou seja, é tudo a mesma coisa. Mudam-se os santos, mas a religião é a de sempre. E nós? danemo-nos.

Quanto ao trabalho do Diário de S.Paulo, boa iniciativa. Mas o debate não chega à conclusão alguma. Ficam apenas duas opiniões distintas. Leio pouco este jornal, portanto não conheço seu projeto editorial. Talvez seja assim mesmo, até por pertencer às poderosas Organizações Globo. Mas falta uma análise mais profunda, um olhar mais crítico. Apenas jogaram as informações para o leitor. Claro, isso é função do jornalismo. Mas também é função desta profissão, deste "quarto poder", instigar o debate apontando rumos.

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